Corrupção pública e privada

Até bem pouco tempo atrás havia a impressão de que a corrupção era majoritariamente um problema do setor público. Mas a Operação Lava Jato quebrou esse estigma quando revelou a participação de várias empresas no esquema de corrupção da Petrobras.
Prova disso é que 54% das empresas do país pretendem aumentar seus investimentos em mecanismos anticorrupção e combate ao suborno, de acordo com pesquisa feita pela Control Risks, consultoria global de riscos empresariais.

Entretanto, ainda há muito o que caminhar neste sentido, pois segundo a consultoria Deloitte, que pesquisou 124 companhias no Brasil, 35% não dispõem de uma política anticorrupção formalizada e 40% não têm um profissional dedicado à função. Praticamente a metade, 48%, não possui programas de treinamento anticorrupção. E muitas dela, 42%, afirmaram não buscar informações sobre parceiros comerciais, fornecedores prestadores de serviço ou empregados antes de realizar negócios. A maioria, 55%, já enfrentou problemas de corrupção e 57% sabem que isso impacta nos custos dos negócios realizados no Brasil.
Outra pesquisa realizada recentemente pela Ernst Young apresentou um dado relevante, em que 70% dos executivos brasileiros abordados acreditam que o pagamento de propinas seja prática comum no ambiente de negócios.
O escândalo de corrupção na Petrobras pode vir a ter uma conseqüência positiva no mercado, a ampliação, pelas empresas, no uso de mecanismos anticorrupção, com o aumento de auditorias internas para evitar que se tente colocar cadeado em porta arrombada.