O Nobel que não aconteceu

Além de poucas mulheres terem sido premiadas com o Nobel ao longo de 100 anos - foram apenas onze em Medicina, quatro em Química e duas em Física - , é difícil imaginar que, no século passado, alguma mulher chinesa tivesse tido esta condição devido às poucas possibilidades que as famílias davam para que a s meninas estudassem.

Mas foi o que aconteceu com Chien-Shiung. Ela teve a sorte de receber o incentivo do pai para estudar, além do acesso a livros, revistas e publicações de interesse acadêmico.

Com apenas 17 anos, ela foi aceita pela Universidade Nacional Central, de Nanjing. Lá,  Chien-Shiung começou a estudar matemática, mas acabou se formando em física.

Em 1926, mudou-se para os Estados Unidos, após ter atuado com pesquisadora do Instituto de Física da Academia, em Sinica.

Apesar de ter produzido diversos trabalhos e realizado várias descobertas, não foi agraciada com o Nobel em momento algum, tendo sido, inclusive, ignorada por seus colegas.

Seus trabalhos mais conhecidos são dois. O primeiro deles em que ela separa o urânio metálico de seus isótopos U-235 e U-238, durante sua passagem pela Universidade de Columbia, no projeto Manhattan Project, que culminou com a produção da bomba atômica.

O segundo trabalho e sua maior descoberta foi sobre a lei de paridade, no que se refere à propriedade de simetria de funções de onda.

Os chineses Tsung-Dao Lee e Chen Ning Yang queriam provar que a lei estava errada e  chamaram Chien-Shiung para trabalhar com eles. Ela conduziu diversos experimentos com cobalto-60, que acabaram por provar que a lei, de fato, não estava correta. Apesar disso, ela não foi agraciada pelo Nobel e somente seus colegas Lee e Yang receberam o prêmio de Física em 1957.