Método israelense auxilia o tratamento da asma em crianças

As metrópoles sofrem, diariamente, com a poluição do ar. Em decorrência disso, milhares de pessoas acabam por desenvolver problemas respiratórios.

A asma, por exemplo, acomete até crianças. E foi pensando nelas, que pesquisadores da Universidade de Tel Aviv, em Israel, descobriram um novo método de investigação do pulmão para detectar as causas da doença nas crianças.

O método é chamado de Escarro Induzido e estimula a expectoração de muco depois da inalação de uma solução salina pelo paciente. Desta forma, é possível analisar partículas pequenas que não eram detectadas por outros exames. O objetivo do exame é auxiliar os pais a protegerem seus filhos de ambientes poluídos, além de mostrar a importância de um diagnóstico correto e do monitoramento da saúde dos pacientes. 

Os primeiros testes de Escarro Induzido foram realizados no local onde ficavam as torres do World Trade Center, que desmoronaram após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001. As equipes que trabalharam nos escombros das torres foram expostas a partículas perigosas e muitas pessoas desenvolveram uma tosse grave. Para avaliar os efeitos dessa exposição, a professora Elizabeth Fireman, da Faculdade de Medicina Sackler (Universidade de Tel Aviv), foi à Nova York para testar o método em 39 bombeiros que trabalharam no local dos ataques no período de setembro de 2001 a maio de 2002. Os resultados confirmaram que muitos bombeiros inalaram metais muito perigosos, como o mercúrio.

Após a conclusão dos testes em Nova York, Elizabeth Fireman, juntamente com uma equipe de pesquisadores, publicou um estudo em que mostrava as vantagens de utilizar o método de Escarro Induzido para avaliar o efeito da poluição do ar em crianças asmáticas. Segundo a professora, os atuais sistemas de monitoramento dos ambientes são capazes de medir partículas grandes de poluição; no entanto, é necessário saber o que acontece com as partículas menores, que não são expelidas naturalmente pelo pulmão e atacam os sistemas imunológicos do corpo e afetam crianças com asma.

No estudo da Universidade de Tel Aviv, 136 crianças com idades entre 2 e 12 anos de idade, com histórico de asma, foram analisadas. Elizabeth Fireman ressalta que, embora seja preciso investigar a viabilidade do método em grandes populações, a descoberta representa uma nova ferramenta para o tratamento da asma em crianças, evitando complicações e o agravamento do quadro dos pacientes ao longo da vida.