O primeiro longa metragem dirigido por Caco Cicler, “Esse viver ninguém me tira” é um documentário que conta a bela história da única brasileira inscrita na Avenida dos Justos entre as nações, em Jerusalém/Israel, no Museu do Holocausto, Aracy Moebius de Carvalho Guimarães Rosa. Aracy trabalhou como chefe do setor de passaportes do consulado
brasileiro em Hamburgo e ajudou inúmeros judeus a emigrarem para o Brasil na época do governo de Getúlio Vargas.
Foi lá em Hamburgo que ela conheceu o escrito Guimarães Rosa, por quem se apaixonou e com quem casou. Conhecida como o “Anjo de Hamburgo”, Aracy também é uma das homenageadas pelo Museu do Holocausto em Washington. Apesar disso, Aracy faleceu aos 102 anos, esquecida e vítima de Alzheimer.
Uma dificuldade que acabou sendo superada foi construir 80 minutos de história sem que o escritor Guimarães Rosa aparecesse no filme, em razão das filhas do primeiro casamento que proíbem a utilização de imagens e de trechos do livro do pai sem autorização. Por esta razão, Aracy foi a protagonista absoluta do filme. Apesar disso, Ciocler resolveu usar três fotos de Guimarães, com o apoio da família de Aracy.
Apesar de ser judeu, Caco Ciocler não conhecia a história de Aracy e foi apresentado a ela pela roteirista Alessandra Paiva, que trabalhou no projeto por três anos antes da entrada do novo diretor. Foi dele a decisão de narrar o filme em primeira pessoa. Seu objetivo foi o de entender os motivos que levaram o Anjo de Hamburgo a desafiar ordens severas, tirando os judeus da Alemanha nazista.
E o resultado já pode ser visto na tela grande. Uma ótima oportunidade de conhecer um pedacinho da história.
Direção:
CACO CIOCLER
Roteiro:
ALESSANDRA PAIVA,
CACO CIOCLER
Empresa Produtora:
BSB SERVIÇOS CINEVIDEO LTDA
Produção:
LUCIANA PIRES,
FELIPE FAVORETO,
IARA HERING
Fotografia:
JACO SOLITRENICK E GERONIMO LESSA
Montagem:
CAROLINE LEONE,
MARIE FALATYCKI
Música:
FELIPE GRYTZ