Dr. Wolf Gruenberg

Wolf nasceu em 1948, pouco depois da Segunda Guerra Mundial, no campo de refugiados de Wolfrathausen, onde seus pais se conheceram. Quando a guerra acabou, era inviável para judeus como eles permanecer na Alemanha.

O casal Gruenberg e o filho de 3 anos, nascido apátrida, cruzaram então o Atlântico para se estabelecer na Bolívia, depois no Brasil. Wolf viveu em Corumbá, no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre.

Aos 18 anos, recebeu a cidadania brasileira.

O melhor lugar para envelhecer por Dr. Wolf Gruenberg

O melhor lugar para envelhecer deveria ser aquele onde estamos, qualquer que seja ele. Mas não é bem assim que acontece.

Além da boa saúde na terceira idade, existem vários fatores que influenciam a qualidade de vida do idoso.

Para quem vive no Brasil, as notícias não são as melhores. De acordo com pesquisa realizada pela HelpAge International — órgão que estuda a terceira idade e é financiado por instituições como a Organização das Nações Unidas e a União Europeia, além do governo inglês - em 2013, o Brasil ocupava a 31º posição dentre os melhores países para envelhecer. Já na pesquisa de 2014, a queda foi significativa e o Brasil passou a ocupar a 58º posição. Nas primeiras posições também houve alteração. Em 2013, a Suécia ocupava o 1º lugar e a Noruega o 2º. No corrente ano, as posições se inverteram. Mas os idosos destes dois países nem devem ter percebido diferença, pois em ambos o cuidado com os idosos é extremo, proporcionando uma velhice das mais tranquilas.

Na Suécia, além de aposentadoria digna e saúde pública de qualidade, os idosos têm, gratuitamente ou por um baixo custo, benefícios como serviços de cuidadores, que chegam a visi¬tá-los sete vezes por dia, entrega de refeições em casa, instalação de alarmes para emergências, táxi para os que já não conseguem mais utilizar transporte coletivo e até mesmo auxílio em atividades básicas do cotidiano. 

Já na Noruega, onde vivem cerca de 1,1 milhão de pessoas com mais de 65 anos (21% da população), todos recebem auxílio financeiro do governo, em média mil dólares por mês. Lá, as pessoas da terceira idade sentem-se livres e em segurança, pois andam sozinhas na rua à noite, segundo os dados apurados.

O levantamento leva em conta 13 indicadores, agrupados em quatro temas centrais: segurança financeira; saúde; emprego e educação; e, por fim, o que os pesquisadores resolveram chamar de “ambiente propício”, que analisa, entre outros itens, os contatos sociais e o acesso aos meios de transporte público.

No Brasil, onde as mazelas dos idosos são plenamente conhecidas pela população, muito há que se fazer para avançar e conquistar uma melhor colocação na pesquisa realizada pela HelpAge International. Segundo estimativas, em 2050, o Brasil terá 29% da sua população com mais de 60 anos, hoje, são 11,5% do total, algo em torno de 23 milhões de pessoas.

Do levantamento feito no Brasil, o índice mais positivo é a pensão social, implantada em 1963, e considerada a 14ª melhor do mundo, onde 86% dos idosos recebem auxílio do governo, equivalente a um salário mínimo. Mas outros dados da pesquisa mostram que apenas 28% se sentem seguros e a maioria, 55%, se consideram insatisfeitos com o transporte público.

Se considerarmos que daqui a 36 anos teremos mais que o dobro da população acima de 60 anos do que temos hoje, é fácil perceber que muita coisa precisa ser melhorada, ainda que alguns avanços possam ser percebidos. Mas garantir saúde pública de qualidade, pensão digna para a sobrevivência são pontos de destaque e primordiais